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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O fim do mundo (Parte II)


(...)Em seguida fez mais do que apenas mover os labios para enunciar as palavras.
- Ruby?
ele estava deitado com os seus cabelos amarelos e os olhos fechados, e a menina que roubava livros correu em sua direção e desabou. Deixou cair o livro preto.
- Rudy, acorde - soluçou. Agarrou-o pela camisa e lhe deu a mais leve sacudidela incrédula. - Acorde, Rudy - e já então, enquanto o céu continuava a esquentar e a despejar uma chuva de cinzas, Liesel agarrava o peito da camiza de Rudy Steiner.
- Rudy, por favor - e as lagrimas se engalfinhavam com seu rosto. - Rudy, por favor, acorde, que diabo, acorde, eu amo você. Ande, Rudy, vamos, Jesse Owens, não sabe que eu amo você? Acorde, acored, acorde...
Mas nada se importou.
(...)
Inclinou-se, olhou para o seu rosto sem vida, e então beijou a boca de seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade. Ele tinha um gosto poeirento e adocicado. Um gosto de arrependimento à sombra do arvoredo e na penumbra da coleção de ternos do anarquista. Liesel beijou-o demoradamente, suavemente, e quando se afastou, tocou-lhe a boca com os dedos. Suas mãos estavam trêmulas, seus lábios eramcarnudos, e ela se inclinou mais uma vez, agora perdendo o controle e fazendo um erro de cálculo. Os dentes dos dois se chocaram no mundo demolido da rua Himmel.
Liesel não disse adeus. Foi incapaz de fazê-lo (...)



Trecho retirado do livro A Menina que Roubava Livros de Markus Zusak, Capitulo O fim do mundo (Parte II) pág 466 - O melhor livro que já li em toda a minha vida. O mais perfeito. O mais triste. O mais tudo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A lembrança das palavras.


Os fios quebrados eu tirei, as folhas amassadas no fundo da mochila agora estão no lixo. No físico aquelas palavras já não me atormentam, embora na minha cabeça elas permaneçam. Sons distantes, abafados pelo vendo, que por algum motivo marcaram porvir minhas tardes.
Conheço os lugares onde eu e o meu traveseiro estivemos, eles não me perturbam mais.
São pensamentos soltos traduzidos em palavras pra que você possa entender, o que eu também já não entendo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pensamentos de uma tarde. Parte I


Eu estava tão cansada, que deixei meus pés caminharem por si só, já que conheciam o caminho e que minha cabeça não respondia os meus comandos. A música que estava tocando na radio não estava me fazendo bem, um tipo de flashback nada agradável. Como queria poder trocar de estação naquele momento, mas os livros em minhas mãos não deixaram elas se mover até o bolso, para regatar o meu velhinho MP3 (a três anos funcionando, um recorde pra mim, já que nada dura ao meu lado), e trocar daquela música. Música que a anos não ouvia, meses talvez. Nunca tive muita noção de tempo e espaço, naquele momento pioro. Tentava andar mais depressa, tentava não olhar para traz, tentava pensar em inúmeras coisas, mais nenhuma delas pode prender minha atenção mais do que alguns segundos.

Enfim avistei o carro, intacto no local onde deixei. É claro que ele estava lá né sua idiota. A única coisa que não para no lugar, são os seus pensamentos e o seu coração. Mas enfim... Coloquei os materiais no teto do carro para poder procurar a chave do automóvel na "zona" de minha bolsa. Abri-o mais rápido possível, pegando os livros, sentando no banco, e jogando no banco trazeiro o MP3 ainda ligado. Pude sentir-me segura ali. Livre de qualquer coisa que me incomodasse.

Nem Ciúmes


Como todas as vezes eu podia ter cantado. Assim aliviaria a minha dor, me acordaria, chamaria sua atenção. Mas eu não consegui. As palavras saíram como um sopro, mas não formaram som algum.
Eu estava entorpecida pela angústia de ve-lo com ela.
Não conseguia andar. Andava, mas a minha sensação era de estar parada a sua frente.
Eu tinha de fazer alguma coisa. Eu tinha de fazer. E adivinha, eu não fiz.
Dói esconder uma lágrima, principalmente quando o sentimento é verdadeiro.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Nem tanto saudade


Sentia-me como uma gangorra, altos e baixos com um único impulso. Um saco plástico, sendo levado pelo vento, sem saber aonde ir.
Era você que nessas horas sempre me dizia "Siga em frente".
Mas para onde vou?
Eu estava pensando em você.
Suas mãos a me segurar.
Nos seus passos a me acompanhar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Última Vez


Meu corpo apelava por minha cama, mas os meus pensamentos não deixavam eu descançar.
Eu precisava te ver.
Dizer adeus.
Dizer eu te amo.
Mesmo com a dificuldade de acreditar, eu temia por não conseguir sentir o mesmo.
Então eu fui, com a unica esperança de entregar-me a você. Eu queria isso. Sentir pela última vez.
O abraço, ah o abraço. Tantas coisas naquele momento, tantas cores, mas as palavras não veio.
E você? Não me viu só, mas também não permaneceu no mesmo.
Aos 45 do segundo tempo eu já sabia que o que me esperava. Com a opção obvia, eu mantive-me firme, passos surrados.
Eu tinha a impreção de que você viria atraz de mim. Eu esperei por isso.
Foi a última vez que eu o vi.
A última vez que eu acreditei em suas palavras.
A última vez que eu senti o meu coração.