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domingo, 23 de janeiro de 2011

Era pra ser amigo com "A"


"Você não vai mudar, é fácil presumir
A sua vida de aventura dura pouco tempo
Até se arrepender...
Como já fez milhões de vezes vem se lamentando
Sofrendo, chorando, é digno de você..."

Estava lembrando das noites que descemos a serra. Eu nunca ficava acordada até tarde da noite, mas aquelas eram especiais.
Eu conseguia sorrir sem esforços, minha mente não ficava vazia. Também como podia? Ele não parava de falar, e eu adorava isso. Apenas quando eu resolvia emitir algum som sua palavras se acalmavam, e o seu olhar pousava sobre mim.
Lembrava também de todos os túneis que atravessamos juntos, eu achava engraçado você tentando me fazer acreditar que no fim dele, quando o sol inibido da manhã aparecesse, quando a música do radio voltasse a tocar, nossos dias seriam melhores.
O bacana é que eu não imaginava eles sem você. E para o meu assombro, não imaginava que a resposta um dia dita a você por brincadeira, e sem a menor pretensão de ser verdade, pudesse me acontecer.
"Sou capaz de viver sem você."
Não me arrependo das nossas conversas, das brigas, e dos apelidos bizarros que demos um ao outro. Mas me arrependo da tarde em que abri o meu portão sem lhe conhecer, e convidei-o para entrar.
Porque seu silêncio me incomodou.
Porque as palavras que li abriram um buraco em meu peito.
Porque eu fui amiga.
Porque eu acreditei em você, quando ninguém mais estava presente.
Porque eu cansei.
E sem mais.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lembra-se de quando eu...


As cores, os aromas, os formatos, os diferentes sabores.
Eu amava mesmo antes de conhecer.
Digamos que hoje aqueles cheiros me enjoam, me enojam, me embrulham o estômago.
A vontade, o desejo... mais o que me faz voar agora não são aquelas flores.
É o desejo pela liberdade, pelo auto conhecimento, pelo reconhecimento. O desejo de uma tarde quente querendo encontrar o mar.
Sinto saudades ... mas eu prefiro assim.
Conhecer novos horizontes. Não me ferir.
Novos sorrisos, novas formas de viver.
Viver para mim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Toca a Vida!


A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.


Caio Fernando Loureiro de Abreu

domingo, 2 de janeiro de 2011

Uma mulher e um exercito de sentimentos..


Certa madrugada eu cansei daqueles filmes, pensei nos dias que passaram, nas palavras que joguei ao chão, e naquelas que guardei para nunca esquecer.

Eu sonho com um sapo, e não desejo que ele vire um príncipe, porque quero um de pelúcia (na historia ele era de verdade), quero um diferente.
Eu sonho com um maltês, e sim espero que ele fique comigo quando mandá-lo para a casinha.
Tudo porque sei que você irá me abedecer, tudo porque sei que você é o meu príncipe, só que ainda está perdido, procurando o seu cavalo para vir ao meu encontro.

Eu gosto de headband, gosto do meu desarrumado, das fotos no meu quarto prezas por barbantes. Me divirto com bolinhas. E gosto do sabor de um suco de melão.

E por mais que eu pareça comum, eu sou diferente. Sou uma menina confusa, um coração inquieto, uma mulher independente. Que tenta comandar um exercito de sentimentos, e que precisa de um cavalheiro para ajudá-la.