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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Borbeletas X Melodia


Eu sinto algo estranho, não é fome, não é sono, não é algo que eu sinta todos dias, mais do mesmo modo me faz sofrer. O incomodo no meu estômago, não é o vazio, esse encontra-se em meu peito. São movimentos suaves e amedrontadores, com assas de borboletas. Quando já não aguento mais, algumas migram para o meu peito, preenchendo o vazio que encontram. Não sei se isso ajuda, a angústia continua. Elas me maltratam, vão subindo por minha garganta, uma espécie de choro, algo que minhas lágrimas amenizam, algo que faz essas bblt's se acalmarem.

Quero continuar a ser seu berço. Você é meu berço.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O livro


Eu gosto de ler meu livro, de estar nele, gosto de reler, reler e reler, procurando sempre uma palavra errada, ou uma ação que não teve nenhuma importância ao texto.
O engraçado é que eu sempre me perco na história. A cada vez que vou virando as paginas vai me dando uma angústia, um arrependimento, uma saudade. Mais logo passa. Quando eu vejo os rabiscos ainda não decifrados, bate uma liberdade, e uma vontade enorme de ler freneticamente cada minuto, não para o livro acabar, pois ele nunca acaba, mais sim para eu poder aprender com cada palavra, para eu poder sentir sempre o que elas querem dizer, sentir os sentimento que o autor quer que eu sinta, e aprender com eles. Amar intensamente, rir por besteira, chorar sem medo de borrar o rimel. Voar, e mergulhas nos sentimentos que encontrar, não importa se me faça rir ou chorar. Sentir, apenas sentir. Cada palavra do meu grande livro. Cada minuto da minha amada vida.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Apego, Despreso.


Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. Eu sei ignorar, distanciar, acabar. Não sei amar, não sei ao menos diferenciar saudade de vontade.
É difícil definir o silencio que me corroi por dentro. Em dias nublados é mais fácil levantar a cabeça e não forçar o sorriso, criticando apenas o tempo, clamando pelo sol que não aparece, e que nos sabemos que não irá aparecer. Me sufocando ao gritar pelo calor, querendo um abraço do meu cobertor.
Adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Não sei por que me torturo tomando atitudes do tipo, fazendo o buraco em meu peito crescer enquanto eu posso ajuda-lo a se cicatrizar.


"A gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora, perplexo."

domingo, 1 de agosto de 2010

Sem título, com sentimento.


Sou confusão e gritaria, e ao mesmo tempo, todo o silêncio do mundo. Sou a ansiedade de um desejo sendo realizado, e o medo incontrolável de tudo dar errado – de novo. Sou a preguiça de um domingo a tarde, e a euforia de uma sexta a noite. Sou a vontade de abrir a geladeira, e angustia de ter engordado. Sou um doce sorriso, e uma lágrima quase salgada. Sou uma canção de amor cantada por alguém desafinado. Consegue ouvir?


Sou o que sou agora mas às vezes me pego pensando no passado, e vejo o quanto mudei. O quanto eu fui, e o quanto dexei de ser. E vejo nas marcas deixadas pela parede, tudo que hoje mais odeio em alguém. O destino me deixou do avesso, e agora não sei se é mesmo eu quem estou errada. Deve ser.

Às vezes me dá umas vontades loucas, de voltar meu primeiro beijo, e correr o mais rápido possível. O que foi? Eu ainda não estava pronta. De voltar na primeira vez que vi meu primeiro amor, e dar um tapa daqueles de filme. O que foi? Ele me fez chorar demais. Voltar naquele Adeus, e abraçar mais forte. O que foi? Aquele abraço me fez falta por muitos anos.
É uma pena, o tempo passou.


Infelizmente ou felizmente, de todas os desejos que tenho, o que mais me agrada é ficar aqui lembrando de tudo. Cansei de engolir o amor, e sempre engasgar depois. Hoje sou uma vegetariana, que apenas observa os animais pela janela. De longe. E se quer saber? Eles ficam melhor assim.

Café


Mulher dedicada, mais o seu querido tem que ser servido na mezinha do café, na esquina de sua casa. Sentada, logo a sua frente a janela com os carros do outro lado. O celular a mesa, ligado, tocando uma música em um volume insignificante, tão baixo que nem ela mergulhada em seus pensamentos sonhara em ouvir.
Toma o café, enquanto pela janela o vê passar. Há tantas coisas que diria se pudesse, mas continua quieta e contando os carros que passam.
Ele está tão ocupado criando máscaras, mas sempre com o nome dela escrito em todos os chapéus. Não entendo o porque, e não sei para que.
Ele é como o café. Amargo por natureza, atraente quando esta doce, o que lhe deixa inquieta, e o que não pode faltar em seus dias. Seu único vicio.