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sábado, 29 de outubro de 2011

A vida em um flash.


O ano passado passou tão apressado / eu sei que foi um corre-corre-corre danado….
E pensar que Rita Lee gravou esta música, Corre-Corre, há 30 anos, quando nem corríamos tanto assim. Ou será que esta impressão de vivermos com pressa vem desde sempre?
Tudo do que reclamamos hoje já foi reclamado um século atrás, e não duvido que daqui a cem anos as pessoas digam: “No início dos anos 2000 a vida era tranquila, não havia esta urgência de hoje”.
Eu não sei quais serão as urgências futuras, mas conheço bem as nossas. Temos relógios digitais espalhados pela cidade nos lembrando que faltam 10 minutos para a reunião começar, sete minutos para o banco fechar, dois minutos para a aula do seu caçula terminar: o que você ainda faz aí, no meio da rua? Corra.
Se não são os relógios, são os espelhos. Impiedosos, avisam: você não tem mais 15 anos. Nem 20. Nem 30. Se quiser ter um filho, apresse-se. Não importa que ainda não tenha encontrado um amor estável, arranje qualquer pessoa, mas, simplesmente, apresse-se.
E o espelho segue avisando: você não tem mais 35. Nem 40. Nem 45. O futuro está encolhendo a sua frente. O que está fazendo aí parado no mesmo casamento, parado no mesmo emprego, parado em frente à tevê? Reparou como todo mundo se diverte lá fora? Não sabe que vai morrer um dia?
Sim, sabemos que não somos eternos. Os telejornais não fazem outra coisa a não ser nos lembrar disso, mostrando cenas sortidas de violência e cultivando nosso medo dia após dia. Ou então são os manuais de autoajuda e matérias de revistas que ordenam: aproveite o momento, aproveite a vida! E aproveitar a vida passou a ser sinônimo de algo que tem que ser feito emergencialmente, ou você estará jogando a vida fora.
Calma.
Nem sempre é rentável esta economia de tempo: chegar mais rápido, fazer mais rápido, consumir mais rápido. O que sobra em nossas mãos? Coisa nenhuma. Nem mesmo a lembrança do que foi realizado, só uma vaga sensação do dever cumprido, como se fôssemos soldados a serviço do calendário.
O que valoriza nossas ações não é a ansiedade: é a entrega. E entrega requer um certo relaxamento. Tempo para falar, para ouvir, para fazer, para desfazer, e fazer de novo, até acertar. Tempo para si, para o outro e para o nada.
Fazer nada virou a tarefa mais angustiante para o ser humano esquizofrênico de hoje. Não é à toa que há um bom número de pessoas que prefere não tirar férias: como preencher um dia livre? Nesta cultura atual do “não desperdício”, pobre daquele que deitar o corpo no sofá, colocar uma música para tocar e desligar o telefone. Terá que se entender com a culpa.
Dedicação, cuidado, foco, tudo isso demanda uma certa introspecção. Um pouco de resguardo. Conectar-se com os próprios pensamentos e emoções é exercício dos mais produtivos. É quando a gente, em silêncio, encontra as respostas para nossas inquietações e descobre os melhores caminhos para atingir nossos objetivos.
Pressa exige atenção para o lado de fora, apenas. E o lado de dentro? Neste corre-corre danado, talvez o que mais estejamos fazendo é justamente perder tempo.

Martha Medeiros

domingo, 11 de setembro de 2011

Até aonde você quer chegar?


Daqui a exatamente três dias assoprarei as velilhas. Deixarei de ter 15 para passar aos 16. Para alguns isso é apenas números, a quantos dias ela respira. Para muitos o dia em que completam mais um ano de vida é sinonimo de festa, para outros é um dia de isolamento, de reflexão, e ainda existem aqueles que acreditam no fim. Me encontro nas três opções.
Festejar pela vida, pelas fotografias que hoje estão na minha parede. Pessoas que encontrei, que apareceram, que me fizeram chorar, que já não estão mais aqui. O sorriso e a pureza daquele que amou, que se doou, e que deixou ser alcançado por uma lente fotográfica, registrando o sorriso mais puro e singelo do mundo. Meu avô.

Enquanto escrevo isto converso no msn, web can ligada (para uma amiga que mora distante, nem tão distante assim, Embu da artes, dizem que a feira artesanal de lá é tudo, nunca fui!), fico no facebook, entro na caixa de entrada, saída, reviro minha agenda do celular, releio a mensagem de boa noite que vou mandar a um amigo, um idiota (idiota por estar longe. Me entenda não digo distância, pra isso se dá um jeito, assunto que daria um outro texto. O idiota que tem o melhor beijo!). Fragmentos de uma canção do Nando Reis ("N"), e o escambau. Me distraiu daqui, e volto sem ter as palavras que tentava encontrar. Comecei esse texto as 22:52 e agora já passa da 00:00 (00:04). Agora não faltam mais três dias, e sim dois. Mais faltam quantos dias para eu saber até aonde quero chegar?

Eu quero chegar a uma boca que salive apaixonadamente um beijo meu. Eu quero chegar a ver o amanhecer de um domingo, pensando, decorando um texto com palavras marcadas que seram esquecidas ao pedir ou desculpar um alguém. Recuar. Perdoar. Saber que é mais um dia que se inicia, uma nova semana, um novo recomeço. Apreciar o que um dia vi minha mãe apreciar em uma sala de hospital, a natureza como diz ela (seria o céu, o amanhecer ok? Mais pode ser um filho também, desde que eu seja uma mãe como ela).
Eu quero estudar um idioma apenas por achar graça em seu sotaque (italiano ou francês quem sabe?). Tocar violoncelo para passar o tempo e encher os olhos de alguém, e começar na semana que vem aulas de violão com um tio. Viajar sozinha e acompanhada. Quero sair do Brasil, chegar a acreditar que sou burra por não compreender o idioma falado por algum grupo de amigos ou um casal ao lado (é claro que vou me achar, não falo outro idioma. Ainda não). Ser turista. Quero poder chegar a receber um amigo estrangeiro em minha casa. Hospedar pessoas em minhas relações, em minha vida. Ser a anfitriã. Ensinar ao tal gringo o que é samba. Me arriscar. Sambar de salto alto e de pés descalços, é festejar e caminhar sem ter medo de errar. Até a onde quero chegar? Eu quero chegar ao longe. Ir além daquilo que me mandarem fazer no meu trabalho. Encontrar calmaria em um abraço, servir de travesseiro e cobertor. Andar de balão. Quero ir além de um conselho, as vezes me alto aconselhar. Quero ir além. Mergulhar em um olhar e me encontrar. Até aonde a gente deve chegar?

Amanhã é o dia do meu aniversário (daqui algumas horas), e eu sei que vou passar o dia inteiro em casa, e eu sei que os maiores presentes serão as ligações de pessoas distantes (ai de vocês se não me ligarem !). Não me importa quantos anos ainda me restam. Não me importa se amanhã eu finalmente engordar, se minhas rugas aparecerem, se a pressão arterial subir, se a velhice chegar. Que ela chegue, com fé em DEUS!

Eu não sei até aonde eu quero, devo chegar. E você sabe a que caminhos sua vida tem que passar? Mas eu sei que com 24, 35, 48, 77, 86 ... que seja, vou viver, vou sorrir verdadeiramente como ele (avô) sorriu, vou marcar pessoas, "vou deixar uma marquinha no mundo!", sendo o que sou.

Existe uma música (A música) que amo, Once When I Was Little (Uma vez, quando eu era pequeno), do britânico James Morrison. Além de curtir muito a voz desse cara, a letra é tudo.Então finalizo esse texto com fragmentos desta música:

"Permaneça jovem o tanto que puder, por um bom tempo, porque esses dias passaram voando, como uma brisa que somente passa."

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Better Morning


Fazia um bom tempo em que eu não dava as caras por aqui, talvez por falta de tempo, de vontade, de animo mesmo, ou talvez porque a maioria das coisas que estou acostumada a ter não me satisfaçam por muito tempo. É, só de olhar pra parede do meu quarto que sinto um enjoo. Esse lilás está me matando. Quando era branco.. "Pai eu quero lilás!", mas agora eu quero BRANCO novamente, não posso?
É intrigante como me comporto diante algumas situações. Ou eu quero muito algo, ou eu realmente não o quero. Acho que isso é normal de todo mundo né? (diz que sim !)

Posso ser louca ao dizer que alimento as minhas nostalgias. Sim! Eu as alimento! E isso ora me sufoca ora me tira sorrisos. Não vejo problema algum em relembrar momentos, pessoas, sentimentos (sejam eles bons ou ruins), clichê, mas sabemos que ambos contribuíram para o nosso desenvolvimento. Só não podemos nos agarrar a estas tardes, e esquecermos que outros dias então por vir.

Eu queria vir aqui e colocar tudo pra fora, jogar, fazer com que as palavras dessem sentido ao que estou sentido. Mas sabe, eu sei o que sinto (ou não) e mesmo que esse texto fique uma merda, e que por ventura você o leia, acho que percebeu que quando eu escrevo não me controlo né! Meus dedos doem até hoje depois daquela mensagem. Mas sabe de outra coisa? Não me arrependo de tê-la mandado. Ah eu falei mesmo, nem pensei, falei o que sentia no momento (como agora) não me contive, e foi bom. Depois de pensar com a razão durante um ano, foi bom agir por um dia com o coração.
Na mensagem eu falava de tantas coisas, sobre nossas manhãs, a quinta (que não foi um dia de quinta), algo sobre valores (transparência e verdade), o que me lembrava você, que não esqueceria você, algumas bobagens e mais algumas outras coisas. Ah, e aquilo não foi uma declaração!

Nenhum dos meus momentos com você foi pensado. Nossas conversas de manhã, as músicas, cada palavra, cada mensagem, cada toque, cada beijo dado aquela noite. O nome do ônibus que me fugiu da memória quando já íamos embora. Ainda bem que o esqueci lembra? "Minutinhos a mais com você!".
Saiba que com você (diferente dos outros) tudo foi natural, sem presa, sem medo... Eu me apaixonei por quem você é! Teu jeito desligado, que assoviava pelos corredores da empresa, sem se importar com quem estivesse por perto, esbanjando bom dia e felicidade, imagens que por diversas vezes eu vi sem você perceber . Teu jeito seguro de si, como um verdadeiro leonino que é. Teu cabelo, Teu cheiro... Sim, eu amei você seu idiota. E estou rindo ao escrever isso, porque você me faz sorrir, minha defesa lembra? Como os arrepios que sentia sem saber se eram algum tipo de alerta para recuar ou atacar.

É obvio, como diz a música "os dias passam, e como tempo, não iram voltar." Como uma antiga docente disse uma vez nos agradecimentos de formatura (não lembro claramente as suas palavras, mais dizia algo do tipo ) pessoas são como os ventos. Elas vem. Algumas mais lentamente como uma brisa, outras fortes como uma ventania, ambas trazendo consigo teu jeito, tuas historias, teus gostos, conhecimentos, teus defeitos, e mais um monte de coisas que as fazem... e pedacinhos de outras pessoas. Porque a vida é assim. Nós somos assim. Pedacinhos de cada um que encontramos ou esbarramos por ai. Somos feitos de um verdadeiro mosaicos. Independente do local. Da distância. Interligados. Ubuntu. Pra todo sempre (como dizia você). Os ventos vem e vão.

E você? Ah! Você esta em um lugar insignificante, porém importante do meu mosaico. Fez parte da minha vida, mesmo estando nela por pouco tempo. Algumas manhãs e uma única noite. E é só isso que me importa.

É, só não entendo como pode se dizer a alguém "Estou te amando !" e sumir.

ps: apenas mais um beijo. Você prometeu ><

Sem mais.

domingo, 10 de julho de 2011

Sabe o que descobri? Adivinha!


Que o amor não é uma lenda...

Não importa se eu esteja na Europa e você na mesma casa. Não importa se ele um dia acabar, estou aprendendo a lidar com perdas. Não importa se os ventos resolverem o soprar para longe de mim, com faz com as folhas no outono. Se os caminhos forem diferentes, se a cinergia não for mais a mesma. Se um de nos morrer. Se seus braços não forem mais a solução e eu tiver que apelar para a camisa de força. Se você deixar seus cabelos crescerem e eu cortar os meus.

Sabe o que eu não entendo? A gente não gosta de uma fruta, uma bebida, uma comida qualquer mesmo sem experimentar. Mais a gente ama mesmo não tendo e pertencendo.

... porque você sempre vai existir.

terça-feira, 14 de junho de 2011

E eu...


E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail.
E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto.
E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar
aqui do meu lado, em pensamento. E me pego sorrindo, sozinha.
E me pego nem aí para todo o resto.

Mas sabe o que acontece enquanto isso? Enquanto eu não me movo
porque estou lotada de você e me mover pesa demais?
O mundo acontece. O mundo gira. As pessoas importantes assinam
contratos, ganham dinheiro. As pessoas simples lutam por um lugar
na condução, um lugar no mundo. Estão todos lutando. Estão todos
ganhando dinheiro. Estão todos fazendo algo mais importante e
mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você.

Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas,
evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma
reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do
condomínio. A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém.
A hora de procurar a palavra "macambúzio" no dicionário com a hora de
se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas.
A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo
enquanto você dá sinais desmembrados.

Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo,
bagunço tudo.

A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo
ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo.

Tati Bernardi

sábado, 11 de junho de 2011

"Árvores" que marcamos (marcaram)


Não deveria ter sentido o que senti. Era para ser só mais um. Um abraço, o dono do primeiro sorriso ao amanhecer. Era para ser só atração. Nada mais que carinhos e músicas compartilhadas. Uma mão boba e mordidas aqui e ali.

Fui o que queria ser, sem mais. Não me sujeitei a papel de puta. Não coloquei nenhum desses decotes que vão até o umbigo, nada de batom vermelho, piadinhas safadas ao pé do ouvido, nem cantadas baratas. Porém deverá.

Não consegui acordá-lo, prender sua atenção, cantarolar junto a ti, passar mais que 3 horas e 30 minutos por semana. E a pergunta que me faço é...
Porque tudo isso? Porque sentar aqui e tentar me explicar, me fazer entender com palavras, que não tem nada haver. Apenas mais um. Vontade de sumir, correr, surtar. Mas só uma caixa de chocolate iria bem.

Mais eu ainda sou "quadrada", fiel ao meu ser, ao meu amigo que não é tão amigo assim. Coracisco que me faz sofrer, ou eu a ele. Não sei bem. Apenas mais um. Como todos os outros que entraram e sairam do primário ao ensino médio.

Não tive tempo, e por incrível que pareça (mãe) meu sono sedia ao teu lado. Era esquecido ao ver teus sorrisos, tuas mãos, teus dedos acompanhando o ritmo da música sertaneja que ouvíamos, teus olhos fechados a sonhar. Explicação nenhuma isso requer.

Como uma árvore. Onde me sentava próxima, e me sentia protegida.
Só que o problema das árvores, é que não posso levá-las junto a mim, para me proteger do sol ou da chuva. Elas ficam lá paradas.

Como você.
Como eu.

Diferente do meu coracisco e dessas borboletas nômades, que não sabem onde pousar.

Como uma árvore. Uma árvore, dessas que a gente gosta sem saber o porque, e marcamo-as de alguma maneira.

E você? Ficará ai.
Aqui como elas.
Na lembrança.

Só falta um ponto final


"Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."

(Fernando Pessoa)

Tudo aquilo que somos


Algumas pessoas criam sua própria história em cima da realidade. Perdem tempo imaginando cenas, lugares e inventando sentimentos que nunca existiram. E esse é justamente o grande problema dos que (se) enganam. Depois de um tempo falando mentiras, eles mesmos acabam acreditando nelas.

A verdade é que gente tem mania de querer explicação pra tudo que acontece na vida. Inventamos motivos e desculpas para que as coisas simplesmente façam algum sentido. E quer saber? Nunca fazem.

Pensar e escrever sobre a vida ou sobre o amor é algo abstrato demais. Nem tudo precisa ser compreendido agora. Esse texto por exemplo, pode não fazer nenhum sentido pra você hoje e amanhã, quando o ler de novo, pode dizer tudo. Ao contrário do que andam dizendo por aí, o tempo não cura nada, apenas ensina.

Ensina que você pode sumir por uns tempos e voltar, mas nada do que foi será como já foi um dia. Que mesmo que você torne o passado presente, ele jamais será como nas suas lembranças.

Ensina que você pode cavar um buraco bem fundo na areia do mar, e enterrar por lá todas as suas mágoas e frustrações. Mas, uma hora ou outra, alguém sem saber (ou por querer) vai cutucar. E vai doer.

Ensina que você pode até ter saudades de algum momento importante da sua vida tipo formatura, casamento, aprovação no vestibular, mas o que realmente vai doer numa tarde cinza de domingo, é a saudade dos momentos mais simples como por exemplo, sua mãe te chamando pra acordar, do seu pai te levando para a escola, das implicâncias do seu irmão, do caminho pra casa com os melhores amigos e da sua avó fazendo gracinhas pela casa.

Ensina que o que destrói ilusões e constrói o que está por vir é a necessidade secreta de cada um. Aquela que alimenta a vontade de correr riscos, de fazer o impossível e o oposto do que achamos certo. Pra depois quebrar a cara e dar risada de tudo isso.

Ensina que a vida continua, com ou sem você.

Bruna Vieira

domingo, 24 de abril de 2011

Dizer-lhe??


SÓ me diz uma coisa.
Eu tô confundindo tudo?? Eu não tô mais cabendo na minha casa, dentro de mim, dentro do meu corpo, dos meus pensamentos... eu não tô...
Eu perdi a minha paz, perdi a minha concentração, sono, eu perdi a minha calma. Eu preciso recuperar isso quero continuar vivendo.
Eu preciso saber se eu tô sozinha, ou se eu tô acompanhada nessa.
Não sei se é delírio ou ilusão, uma história que eu inventei.
ESPERA, ESCUTA, ESCUTA..
Eu queria que você soubesse, que mesmo que isso não de em nada, já valeu. Já valeu a pena por tudo que eu experimentei assim... assim sozinha. Solidão dos meus pensamentos, dos meus desejos.
Cê sabe do que eu tô falando?? Sabe??
E com tudo isso que eu tô sentindo fica preso assim... a um fio de esperança, que vem de cada encontro que agente tem, de cada vez que eu sinto o seu cheiro, de cada vez que eu vejo o seu sorriso.
E é muito bom, mais eu preciso me libertar disso, me livrar dessa angustia que esta me matando. Mesmo que eu sofra o resto da vida com esse sentimento, que tem sido o meu bem, mais que também tem sido o meu mal.
Eu vim aqui porque eu preciso te dizer:

Eu te amo !!!


Texto postado no blog Sentir no dia 17/03/10. Reeditado e repostado aqui *-*

sábado, 23 de abril de 2011

Só Hoje


Hoje eu fiz o que nunca tinha feito. O que queria fazer .
Tive de mentir e me entregar a meus enganos, se é que você me entende.
Hoje eu ignorei os conselhos.
Me encontrei com pessoas hipócritas, das quais não agregam nada em minha vida. Engraçado, mas essa pessoas do caralho fazem me sentir bem.
Feliz em saber que não sou igual a elas.
Se não pior.
Hoje, como ontem não falei.
Como ontem, não andei pelas ruas que deveria.
Literalmente.
Propositalmente mudei o meu caminho.
Hoje eu parei na esquina dele.
Hoje eu sentei na mesma dizendo esperar o destino.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nossos desencontro


Mas uma vez estou aqui a escrever, que o problema não sou eu nem você.
Nós apenas amamos um ao outro em estações diferentes.
Você estava no calor do verão.
Eu no tédio do inverno.

Quando o sol apareceu para mim, você já não estava mais lá. Não sei para onde foi, nem como, nem quando, nem porque. Talvez ele estivesse o tempo todo lá fora, mais só quando resolvi sair da cama, e abrir a janela que o notei.

Deixarei as flores brotarem na primavera, e não correr atrás das mesmas no outono, quando a porra dos ventos resolverem sopra-las para longe, a ponto dos meus olhos não mais nota-las. A ponto de sentir saudades.

Porque eu não posso escolher a ordem de tudo.
Porque a nostalgia existe.
Porque eu não mando em nada - meu cachorro nem é educado.
Porque como diz a música,

"O amor não espera, só deixa o tempo passar."

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mas um daqueles confusos


Enfim descobri o que realmente sinto.
A dor no estômago não era fome. Não era o cansaço que me fazia dormir depressa.
Eu não sou louca. Isso não é amar. Mas eu achava que poderia ser (as duas coisas).
Os pensamentos saltos com seus olhos a me fitarem, as conversas desajeitadas, sem rumo, sem fim.
O que me incomodava e me fazia procurar um ouvido, não era nenhum tipo de sentimento que crescia aqui dentro. Eu simplesmente sentia que não havia terminado. Não tinha porque terminar.
Porra, entende que entender não é fácil pra mim.
Não queria descer na estação certa. É tudo igual. As pessoas, a escada sempre no mesmo local, a cor daquela parede, aqueles rabiscos coloridos que nunca sei o que é.
Lembra quando me disse para sentir, "sinta a vibração, a poesia por de traz delas". Eu que sempre tento "sentir" em tudo, não senti nada. Meus pensamentos sumiram naquelas retas tortas, se perderão. Queria eu me perder de verdade... ser encontrada.
Já contei que corri atrás de um trem e fiz tirarem uma fotografia? Nem sei porque fiz aquilo, senti um vazio quando a vi, não o espaço entre eu e o trem (aquele também), só um vazio.
Você não sabe, mas uma boca filha da puta me fez lembrar você.
E eu que acredito em coisas diferentes, em vazios que podem ser preenchidos, em dias planejados que não dão certo, em estações erradas que nos fazem encontra o caminho certo.

Porque poesia a gente inventa.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Estranho


"Esse estranho que mora no espelho
Olha-me de um jeito
de quem procura recordar quem sou."


Mario Quintana

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tropeços de quem não quer aprender a amar.


Ele não mais irá reclamar das minhas calcinhas molhadas atrás do box. Não ficarei irritada por encontra vestígios de creme dental na pia do banheiro, e nem pelas tardes de domingo que convidou os amigos para assistir futebol, quando precisávamos sentar a mesa para conferir os gastos do mês.
Não irá me ignorar quando falar dos burburinhos na redação. Nem me olhara sorrindo quando não conseguir dormir, e pedir para que fique acordado comigo.
Não iremos brigar tentando escolher aonde passar o final de semana, ou os feriados. Nem ficaremos felizes por terminarmos em casa.
Não sairemos para beber juntos. Nem pegaremos resfriado um do outro, por estarmos sempre perto.
Ele não contara os seus sonhos. Nem iremos rir dos meus tropeços, (ás vezes parece que esqueço como se anda)...

Porque tudo isso parece idiota.
Ele não vive mais.
Porque eu o arranquei daqui.
Aquilo que ora me fazia chorar,
ora me fazia sorrir.


"Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Meu Girassol, não voltará a me olhar.


Tudo ia perfeitamente bem.
Os girassóis sorriam para mim, e eu sorria para eles, uma troca educada, agradável.
As cores da manhã. Ah as cores da manhã. Capaz de partir e nunca esquecerás.
Nunca esquecerei, as vezes em quem senti meu coração.
Em que senti.
Em que pensei.
Verdadeiramente o amo.
De um jeito puro o amei.
E por amar preferir não mais sorrir, se por gostar o feri.
Se por deixar parti eu chorei.
Ah solidão é amiga.
A ignorância as vezes é uma mascara.
E o amor,
Esse é não ouso definir.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Era pra ser amigo com "A"


"Você não vai mudar, é fácil presumir
A sua vida de aventura dura pouco tempo
Até se arrepender...
Como já fez milhões de vezes vem se lamentando
Sofrendo, chorando, é digno de você..."

Estava lembrando das noites que descemos a serra. Eu nunca ficava acordada até tarde da noite, mas aquelas eram especiais.
Eu conseguia sorrir sem esforços, minha mente não ficava vazia. Também como podia? Ele não parava de falar, e eu adorava isso. Apenas quando eu resolvia emitir algum som sua palavras se acalmavam, e o seu olhar pousava sobre mim.
Lembrava também de todos os túneis que atravessamos juntos, eu achava engraçado você tentando me fazer acreditar que no fim dele, quando o sol inibido da manhã aparecesse, quando a música do radio voltasse a tocar, nossos dias seriam melhores.
O bacana é que eu não imaginava eles sem você. E para o meu assombro, não imaginava que a resposta um dia dita a você por brincadeira, e sem a menor pretensão de ser verdade, pudesse me acontecer.
"Sou capaz de viver sem você."
Não me arrependo das nossas conversas, das brigas, e dos apelidos bizarros que demos um ao outro. Mas me arrependo da tarde em que abri o meu portão sem lhe conhecer, e convidei-o para entrar.
Porque seu silêncio me incomodou.
Porque as palavras que li abriram um buraco em meu peito.
Porque eu fui amiga.
Porque eu acreditei em você, quando ninguém mais estava presente.
Porque eu cansei.
E sem mais.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lembra-se de quando eu...


As cores, os aromas, os formatos, os diferentes sabores.
Eu amava mesmo antes de conhecer.
Digamos que hoje aqueles cheiros me enjoam, me enojam, me embrulham o estômago.
A vontade, o desejo... mais o que me faz voar agora não são aquelas flores.
É o desejo pela liberdade, pelo auto conhecimento, pelo reconhecimento. O desejo de uma tarde quente querendo encontrar o mar.
Sinto saudades ... mas eu prefiro assim.
Conhecer novos horizontes. Não me ferir.
Novos sorrisos, novas formas de viver.
Viver para mim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Toca a Vida!


A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.


Caio Fernando Loureiro de Abreu

domingo, 2 de janeiro de 2011

Uma mulher e um exercito de sentimentos..


Certa madrugada eu cansei daqueles filmes, pensei nos dias que passaram, nas palavras que joguei ao chão, e naquelas que guardei para nunca esquecer.

Eu sonho com um sapo, e não desejo que ele vire um príncipe, porque quero um de pelúcia (na historia ele era de verdade), quero um diferente.
Eu sonho com um maltês, e sim espero que ele fique comigo quando mandá-lo para a casinha.
Tudo porque sei que você irá me abedecer, tudo porque sei que você é o meu príncipe, só que ainda está perdido, procurando o seu cavalo para vir ao meu encontro.

Eu gosto de headband, gosto do meu desarrumado, das fotos no meu quarto prezas por barbantes. Me divirto com bolinhas. E gosto do sabor de um suco de melão.

E por mais que eu pareça comum, eu sou diferente. Sou uma menina confusa, um coração inquieto, uma mulher independente. Que tenta comandar um exercito de sentimentos, e que precisa de um cavalheiro para ajudá-la.