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sábado, 11 de junho de 2011

"Árvores" que marcamos (marcaram)


Não deveria ter sentido o que senti. Era para ser só mais um. Um abraço, o dono do primeiro sorriso ao amanhecer. Era para ser só atração. Nada mais que carinhos e músicas compartilhadas. Uma mão boba e mordidas aqui e ali.

Fui o que queria ser, sem mais. Não me sujeitei a papel de puta. Não coloquei nenhum desses decotes que vão até o umbigo, nada de batom vermelho, piadinhas safadas ao pé do ouvido, nem cantadas baratas. Porém deverá.

Não consegui acordá-lo, prender sua atenção, cantarolar junto a ti, passar mais que 3 horas e 30 minutos por semana. E a pergunta que me faço é...
Porque tudo isso? Porque sentar aqui e tentar me explicar, me fazer entender com palavras, que não tem nada haver. Apenas mais um. Vontade de sumir, correr, surtar. Mas só uma caixa de chocolate iria bem.

Mais eu ainda sou "quadrada", fiel ao meu ser, ao meu amigo que não é tão amigo assim. Coracisco que me faz sofrer, ou eu a ele. Não sei bem. Apenas mais um. Como todos os outros que entraram e sairam do primário ao ensino médio.

Não tive tempo, e por incrível que pareça (mãe) meu sono sedia ao teu lado. Era esquecido ao ver teus sorrisos, tuas mãos, teus dedos acompanhando o ritmo da música sertaneja que ouvíamos, teus olhos fechados a sonhar. Explicação nenhuma isso requer.

Como uma árvore. Onde me sentava próxima, e me sentia protegida.
Só que o problema das árvores, é que não posso levá-las junto a mim, para me proteger do sol ou da chuva. Elas ficam lá paradas.

Como você.
Como eu.

Diferente do meu coracisco e dessas borboletas nômades, que não sabem onde pousar.

Como uma árvore. Uma árvore, dessas que a gente gosta sem saber o porque, e marcamo-as de alguma maneira.

E você? Ficará ai.
Aqui como elas.
Na lembrança.

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